terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Faculdade de Medicina






No coração do centro histórico de Salvador, o Terreiro de Jesus, próximo ao Pelourinho, pode revelar ao visitante muito da história da cidade e da lógica da sociedade colonial. Nela, vizinho da Sé, um grande prédio hoje de um rosa desbotado e sempre em restauração divide a praça com a Catedral, com a Igreja de São Pedro dos Clérigos e com a Igreja de São Domingos, a dois passos da Igreja do Rosário dos Pretos que reina no Pelourinho, da Igreja de Sant’Ana, da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e da igreja recoberta de ouro do Convento de São Francisco.

A seu modo, o imenso prédio rosa é também um templo. Essa analogia não passou desapercebida ao Vice Presidente do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins, professor Antonio Carlos Nogueira Britto, que assim concluiu a conferência que fez no Anfiteatro Alfredo Britto no dia 18 de fevereiro de 2003, por ocasião da comemoração dos 195 anos de Ensino Médico na Bahia.

Os trabalhos da memória fizeram do edifício do Terreiro de Jesus um templo do saber médico e da ciência no Brasil. Ali, antes da expulsão dos jesuítas de Portugal e suas colônias, ficava o Colégio da Companhia de Jesus e nele, já transformado em Hospital Real Militar da Bahia, instalou-se por Decisão Régia de 18 de fevereiro de 1808 a Escola de Cirurgia da Bahia, primeira escola médica do Brasil. Em 1816 se transformaria na Academia Médico-Cirúrgica da Bahia para tornar-se, em 1832, a Faculdade de Medicina da Bahia, em 1891 a Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia, voltar a ser em 1901 a Faculdade de Medicina da Bahia e, quando as Universidades passaram a aglutinar as faculdades isoladas, tornou-se a Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia, em 1946, até chegar a hospedar, em 1965, algumas dependências da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.

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